domingo, 24 de março de 2013

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA


Autor :  Saramago, José
Editora :Companhia das Letras
Edição: 1996
Páginas: 312




A história é contada por uma mulher (a mulher do médico) que vê primeiro seu marido, depois praticamente todos a sua volta serem acometidos de uma cegueira branca, inexplicável. A estória se desenrola com a visão dessa mulher como testemunha do que as pessoas passaram a fazer a partir daí para sobreviver.

Cegueira essa não caracterizada simplesmente pela perda da visão, mas também por uma cegueira de alma, a qual inegavelmente convivemos diariamente. Podemos observar mediante tristes relatos a que ponto chegamos. O que um ser humano é capaz de fazer com o outro, pelas mais ordinárias vantagens.

E aí vem a grande questão que provavelmente carregarei comigo o resto da vida: como agiríamos se tivéssemos olhos num mundo completamente cego? Será que já não vivemos isso em nosso dia a dia?

E assim creio que pensava Saramago. Sentia o peso da responsabilidade de enxergar enquanto outros já não mais o faziam.



O texto é de uma riqueza impressionante. A sensibilidade como diversos temas são tratados é tocante. A mistura constante de situações cotidianas com atitudes terríveis dos personagens me deixou amargurado e ao mesmo tempo reflexivo. Me fez querer ser melhor.

A "mulher do médico" é uma homenagem a todas as mulheres. Esse ser que consegue perseverar sob qualquer adversidade. A mulher que acolhe, que luta, que sente, que sofre e não se entrega.

Livro para ser lido e relido. Cada página dever ser degustada.

"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem." (José Saramago)

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