quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Em chamas



Autor : Suzanne Collins, 
Editora :Rocco
Edição: 2011
Páginas 413











A história
Jogos Vorazes permeia um contexto distópico e pós-apocalíptico constituído pela nação de Panem que se formou após a destruição da América do Norte. Um estado autoritário e controlador situado na Capital toma conta desta e dos 12 distritos que a cercam. No passado, alguns distritos incitaram um levante contra esse governo e desde então, como prova da sua autoridade, a Capital criou uma represália que seria relembrada por todos e para sempre: a cada ano os distritos são forçados a enviar dois tributos, um menino e uma menina com idade entre 12 e 18 anos, para participar dos Jogos Vorazes. Os Jogos são transmitidos por toda a Panem, portanto, seja em televisores próprios ou nos fornecidos pela capital nas praças dos distritos, todos assistem ao vivo o reality show sangrento composto basicamente por crianças e adolescentes. Como todo bom jogo, as regras são simples: os 24 tributos são colocados em uma arena temática devidamente preparada com armadilhas e controles específicos para tornarem o jogo mais “divertido” e o último que restar vivo, vence.

Katniss Everdeen é uma voluntária na arena. Ela decide participar dos Jogos por instinto quando o nome da sua irmã mais nova é escolhido no sorteio. O amor fala mais alto que qualquer coisa e nem sequer pensar ver sua frágil irmã na arena não é uma opção. Com habilidades de caça e sobrevivência adquiridos ao sustentar ilegalmente a família com a caça fora dos limites do distrito, Katniss tem chance e favoritismo no Jogo. E se não bastasse, por mais contraditório que seja com sua personalidade, ela ganha o apoio do povo. Os mistérios dessa revelação eu deixo para vocês descobrirem nos livros.

Todos os livros são divididos em três partes. Vou apresentá-las brevemente (evitando ao máximo os spoilers, prometo).


Em Chamas
“As Fagulhas”: Os vencedores dos jogos tem sempre maiores responsabilidades do que as propostas. Eles fazem o Tour da Vitória por todos os distritos de Panem e as consequências que levantam são um tanto mais profundas do que a vida de showbizz que assumem.

“O Massacre”: Os Jogos não tem fim. Os preparativos para a 75ª edição começam e junto com eles o o anúncio do Massacre Quaternário, edição especial dos Jogos que se realiza a cada 25 anos. Vencer uma vez os Jogos não basta para conseguir sossego, segundo a Capital.

“O Inimigo”: O Massacre Quaternário ocorre. 200 páginas de um novo jogo, novas regras e um desfecho igualmente perturbador.

Eu me segurei muito e quis falar pouquíssimo para não revelar detalhes. Deu pra ter uma ideia geral do desenrolar da história, mas o importante é: você tem que ler. Seja como ou quando for, Suzanne Collins construiu uma narrativa que te prende do primeiro ao último capítulo em um ritmo constante de leitura. Ela narra de maneira espetacular desde a convocação de um soldado às sequelas deixadas em combatentes de guerra. E não só isso, o contexto e os personagens vão te fazer eleger um Distrito favorito, um tributo favorito, um casal favorito e quando menos esperar vai estar torcendo para tudo correr bem e devorará as palavras seguintes em busca de um desfecho que acalme o frio que se instalou na sua barriga.

Com certeza foi uma ótima trilogia, muito bem estruturada e que merece a fama que repercutiu. Eu, que adoro os romances e os casais apaixonados, fiquei impressionada pela forma que ela constrói o romance durante a história, marcando-o mais como um apoio emocional necessário do que o romance de adolescente que vemos por aí. Nessas páginas ele ganha proporções mais profundas e que nos fazem refletir.

No entanto, a reflexão não cabe apenas ao romance. Toda a forma com que o país de Panem é formado, governado e mantido pela exploração dos Distritos sugere críticas que passam por temáticas como: a sustentabilidade do nosso planeta, a pobreza, exploração, descaso do governo, modo de vida das pessoas e o modo com que nos relacionamos com a tecnologia e com a cultura. Collins propõe uma linha de pensamento que satiriza claramente o modo de vida das pessoas cercadas pelo luxo ou, no mínimo, por condições econômicas satisfatórias, onde elas vivem de forma fútil e são distraídas por meros aparelhos de televisão enquanto os outros que sofrem não passam de notícias esquecidas quando a tela escurece.

Para quem sabe e quer interpretar essas críticas, esta trilogia também muito nos ensina. Várias foram as vezes em que fechei o livro, após ler certos capítulos, para pensar nas correlações possíveis das relações sociais ou institucionais dos personagens com as minhas. Dizem por aí que o que falta para minha geração (os famosos ‘rebeldes sem causa’ dos anos 80/90) é basicamente algo parecido com o que se desenvolveu nessa trilogia, mas quanto a isso vamos deixar para cada um tirar sua própria conclusão.

2 comentários:

  1. Eu só comecei a gostar de verdade da trilogia a partir desse livro, tinha gostado do primeiro, mas não tanto quanto falavam.

    Discordo com vc no romance, digo, é bem construído a ideia, como você disse, é um apoio emocional que eles precisam ali e talz, mas ao mesmo tempo, sei lá, nao me faz torcer. Talvez por eu odiar o Peeta e a Katniss, talvez por eu gostar do Gale, enfim... O romance em nenhum dos livros me convenceu muito, rs

    Té mais...
    http://bmelo42.blogspot.com.br/

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